BARROS NETO, Manoel Esperidião do Rêgo
Antes de qualquer coisa devo perguntar: o que é fome? Fome e desejo são as mesmas coisas?
A linguagem popular leva-nos ao seguinte termo linguístico: “estou com uma fome!” Comemos pela necessidade ou pelo convívio social (grupo)? Comemos para aliviar as tensões e recompensas as nossas angustias? Comemos com os olhos ou pela beleza dos pratos e harmonia de sabores?
Se procurarmos o termo “fome” no Dicionário Português encontraremos a seguinte descrição; “sensação fisiológica provocada pela necessidade de ingerir alimentos”.
Se levarmos o termo ao pé da letra perceberemos que ele é muito mais amplo. Por exemplo: refere-se à má-nutrição que pode levar ao não desenvolvimento físico e psíquico.
CONSEQUÊNCIAS DA FOME
Partindo para o lado político, a fome liga-se a privacidade de alimentos devido à pobreza extrema a instabilidade ou as más condições agrícolas.
As consequências imediatas da fome são devastadoras, levam os sujeitos à perda de peso podendo levá-los a morte. Na verdade liga-se a problemas de desenvolvimento infantil e juvenil limitando a capacidade da aprendizagem, memória e/ou a produtividade.
Nos países pobres a desnutrição envolve falta de proteínas e alimentos energéticos aumentando a mortalidade entre crianças e idosos. A fome leva o organismo à perda da capacidade de combater as infecções, para sermos mais claro a falta de alimentos é um dos grandes flagelos da humanidade.
COMPLEXIDADE DE SACIEDADE
Descrever sobre a necessidade de alimentar-se é buscar diversos fatores, social, emocional e orgânico. Partindo para o lado emocional a busca pelo alimento é uma forma de recompensar as tensões, as angustias, e as privações (recalque).
Indo para o lado social, o ato de comer é simplesmente, status (formação social). Olhando por este ângulo perceberemos que na realidade comemos pelo simples ato de atender a nossa vaidade. Muitas vezes o organismo nem sente deficiência alimentar (nível de leptina), comemos por obesidade (falta de regulação neuroendogrino), ou simples mente para acompanhar alguém. Mas, existem momentos que vemos alguém comer (compulsão, ansiedade).
Partindo para o lado orgânico comer é algo muito mais complexo, é uma interação entre o estomago, o intestino, o cérebro, o pâncreas e a corrente sanguínea. Mas, tudo é controlado pelo hipotálamo. Como pensamos ou quem controla essa ansiedade?
HIPOTÁLAMO
O hipotálamo é uma região do encéfalo humano, localizado abaixo do tálamo e acima da hipófise (no interior central dos dois hemisférios cerebrais). Ele é uma pequena parte do diencéfalo, sendo considerada uma dos mais importantes estruturas do sistema nervoso central. Controla todo o sistema nervoso autônomo, atuando na temperatura do corpo, controlando e regulando a sensação de sede e fome, atua no controle das emoções e comportamentos. Aciona a contração muscular, regulação de secreção de diversas glândulas que produzem hormônios, age no controle de vários hormônios pela hipófise, controla os desejos sexuais, regula os estágios de consciência e os ritmos circadianos (horários dia e noite).
A leptina (do grego leptos = magro) é uma proteína secretada por adipócitos e que age no sistema nervoso central (SNC) promovendo menor ingestão alimentar e incrementando o metabolismo energético. Além de afetar os eixos (hipotalâmico-hipofisários) regulam os mecanismos neuroendócrinos. Camundongos geneticamente obesos (ob/ob) não têm o gene para a expressão da leptina e por isso desenvolvem hiperfagia (bulimia, apetite exagerado, desejo compulsivo de comer) e acúmulo progressivo de gordura corporal. Glicogênio - complexo químico que se forma especialmente no fígado, pela função endócrina deste órgão. Carboidrato - composto orgânico constituído por carbono, hidrogênio e oxigênio, indispensável para o metabolismo energético; hidrato de carbono.
ALIMENTOS QUE ABREM O APETITE
Pão branco a farinha refinada no qual o alimento e feito provoca um aumento de insulina no sangue, quando este nível baixa abruptamente nasce à sensação de fome.
Sucos de frutas contêm açucares, mas não englobam fibras, do mesmo modo que o pão ao ingeri-lo ocorre um aumento de insulina e consequentemente a ideia de não ter fibra no estomago. Este suco deve ser batido com sementes, casacas e grãos. Aperitivos salgados contêm carboidratos de rápida digestão causando aumento de insulina, logo o cérebro associa este alimento a doces, sendo comum sentir desejo de saborear uma sobremesa após comê-los. Fast food este tipo de alimentos são desenvolvidos para despertar o desejo e o aumento da refeição, a gordura trans infla o estomago. Outro ponto são sorvetes, sobremesas e condimentos, eles causam aumento de insulina, têm concentração de sódio causa desidratação e os sintomas confundem-se com a sensação de fome. Essas gorduras trans comprometem os neurotransmissores cerebrais que controlam a sensação de fome, age diretamente no hipotálamo.
Álcool reduz o nível de leptina em 30% (hormônio responsável pela sensação de saciedade), e esvazia a reserva de carboidratos (glicogénio – função endócrina), leva a vontade de comer carboidratos para repor a perda.
Macarrão de massa branca trás o mesmo efeito de saciedade do pão branco, com um agravante ele é servido em porções maiores. Do mesmo modo são os cereais matinais, como são consumidos pela manhã provoca maiores danos, pois o estomago está vazio. Ressalta-se ainda que neste momento do dia o nível de cortisol produzido naturalmente pelo sono prepara o corpo para o stress, diminuindo a habilidade do organismo de metabolizar açucares.
Pizza – a cominação de farinha branca, óleos hidrogenados, queijos processados e conservantes, tanto eleva como diminuem os níveis de insulina, ao mesmo tempo mexe com a leptina.
FONTES
https://www.bolsademulher.com
www.uftm.edu.br
www.todabiologia.com